Oláá!!
Alguém aí? :-)
Semanas atrás terminei a leitura do livro: Amor de Perdição, do escritor português, Camilo Castelo Branco. O livro escrito em 1861 é simplesmente formidável, talvez potencializado por se tratar de uma história real. Algumas dificuldades nas primeiras 3 ou 5 páginas, depois é uma leitura indescritível, a ponto de eu enrolar a leitura nas últimas páginas para tentar esticar o livro um bocadinho mais. A história de vida do autor é outro ponto maravilhoso.
Mas por que estou falando sobre isso mesmo? ...
Ah! Lembrei-me.
Algumas passagens são tão aplicáveis nessa nossa realidade, que me causa novamente a sensação de que, essencialmente, nada muda.
Ontem eu me lembrava daquele caso do motorista de ônibus de uma linha que fazia Nova Friburgo x Rio de Janeiro. Vamos recordar o caso: Joilson Chagas, em vistoria ao interior do ônibus, encontrou uma pasta com mais de 74 mil reais. Ele prontamente procurou o dono e devolveu o dinheiro. Curioso é que o Joilson estava desabrigado, pois em 2011 houve alguns deslizamentos de terra e a sua casa havia desabado naquela tragédia ocorrida na Região Serrana. Não bastasse isso, a esposa dele estava grávida de 5 meses. Pois bem, tendo feito isso, naturalmente, a empresa se viu no dever moral de homenageá-lo. O impressionante disso tudo, não foi a atitude de Joilson Chagas, isso se chama honra, essa palavrinha que segundo o dicionário Houaiss é “... dignidade e honestidade moral. Marca de distinção ...”. Você que não se lembra desse caso faz ideia do que aconteceu com Joilson? Então, o impressionante disso tudo, foi que ele virou motivo de piada, teve seu crachá jogado dentro do vaso sanitário e no banheiro foi escrito “Chagas Otário”.
Assim como eles não entenderam a atitude de Chagas, eu não entendo a atitude deles. Talvez porque a humanidade esteja dividida em legiões, do bem, do mal, dos que têm personalidade, dos que não têm, dos que caem, dos que derrubam, dos dignos, dos indignos...
O que isso tem a ver com o livro?
Uma frase:
“Tenho a demência da dignidade: por amor da minha dignidade me perdi; quero agora ver a que extremo de infortúnio ela pode levar os seus amantes.”
A dignidade é cara porque é rara.
Tem que ter coragem para ser digno, porque, coragem quer dizer “força moral”.
Esse é apenas mais um dos inúmeros mistérios da humanidade, fazemos tudo certinho, sofremos e não nos conformamos.
Talvez porque mesmo sendo dignos, não estamos dando o devido valor à dignidade. Já viu alguém fazer o mal chorando? Pelo contrário, a expressão conhecida é: mata sorrindo.
Mesmo que a dignidade seja vista por alguns como “demência” ela é marca de distinção que atribui pessoas a uma ou outra legião.
É como eu sempre digo: - enquanto houver gente do bem, fazendo o bem, a maldade jamais será unanimidade, e isso dá força e sentido na vida.
Madalena Daltro
autora@globomail.com
https://www.facebook.com/poesiabrasileira.br
https://www.facebook.com/madalenadaltro
Alguém aí? :-)
Semanas atrás terminei a leitura do livro: Amor de Perdição, do escritor português, Camilo Castelo Branco. O livro escrito em 1861 é simplesmente formidável, talvez potencializado por se tratar de uma história real. Algumas dificuldades nas primeiras 3 ou 5 páginas, depois é uma leitura indescritível, a ponto de eu enrolar a leitura nas últimas páginas para tentar esticar o livro um bocadinho mais. A história de vida do autor é outro ponto maravilhoso.
Mas por que estou falando sobre isso mesmo? ...
Ah! Lembrei-me.
Algumas passagens são tão aplicáveis nessa nossa realidade, que me causa novamente a sensação de que, essencialmente, nada muda.
Ontem eu me lembrava daquele caso do motorista de ônibus de uma linha que fazia Nova Friburgo x Rio de Janeiro. Vamos recordar o caso: Joilson Chagas, em vistoria ao interior do ônibus, encontrou uma pasta com mais de 74 mil reais. Ele prontamente procurou o dono e devolveu o dinheiro. Curioso é que o Joilson estava desabrigado, pois em 2011 houve alguns deslizamentos de terra e a sua casa havia desabado naquela tragédia ocorrida na Região Serrana. Não bastasse isso, a esposa dele estava grávida de 5 meses. Pois bem, tendo feito isso, naturalmente, a empresa se viu no dever moral de homenageá-lo. O impressionante disso tudo, não foi a atitude de Joilson Chagas, isso se chama honra, essa palavrinha que segundo o dicionário Houaiss é “... dignidade e honestidade moral. Marca de distinção ...”. Você que não se lembra desse caso faz ideia do que aconteceu com Joilson? Então, o impressionante disso tudo, foi que ele virou motivo de piada, teve seu crachá jogado dentro do vaso sanitário e no banheiro foi escrito “Chagas Otário”.
Assim como eles não entenderam a atitude de Chagas, eu não entendo a atitude deles. Talvez porque a humanidade esteja dividida em legiões, do bem, do mal, dos que têm personalidade, dos que não têm, dos que caem, dos que derrubam, dos dignos, dos indignos...
O que isso tem a ver com o livro?
Uma frase:
“Tenho a demência da dignidade: por amor da minha dignidade me perdi; quero agora ver a que extremo de infortúnio ela pode levar os seus amantes.”
A dignidade é cara porque é rara.
Tem que ter coragem para ser digno, porque, coragem quer dizer “força moral”.
Esse é apenas mais um dos inúmeros mistérios da humanidade, fazemos tudo certinho, sofremos e não nos conformamos.
Talvez porque mesmo sendo dignos, não estamos dando o devido valor à dignidade. Já viu alguém fazer o mal chorando? Pelo contrário, a expressão conhecida é: mata sorrindo.
Mesmo que a dignidade seja vista por alguns como “demência” ela é marca de distinção que atribui pessoas a uma ou outra legião.
É como eu sempre digo: - enquanto houver gente do bem, fazendo o bem, a maldade jamais será unanimidade, e isso dá força e sentido na vida.
Madalena Daltro
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