Pular para o conteúdo principal

O acaso, a pessoa controladora e um Feliz Natal!


Na semana do natal, eu comprei a última passagem.
Esperava o ônibus para São Paulo na plataforma 11 da rodoviária de Brasília. Não preciso dizer como ficam as rodoviárias na semana de natal, não é?
Pois bem, me posicionei na frente da plataforma.
No horário marcado, parou um ônibus de outra companhia bem na minha frente, com o horário escrito no vidro dianteiro diferente em 15 minutos, chovia, e muitos ônibus estavam atrasados. Certa de que não era o meu ônibus nem perguntei nada, já tinha confirmado que o meu estava atrasado, apenas observei ele partindo... com uma sensação estranha... Pensei: nossa! Ele está indo para São Paulo, com uma diferença de 15 minutos, deve ter muita gente indo para São Paulo para ter um ônibus saindo com 15 minutos de intervalo, pensei ainda, não sabia que essa companhia tinha linha pra lá... Mas continuei conversando.
Eu não tenho culpa de conversar com as pessoas, elas falam português como eu, e nunca vou saber quando vou reencontrá-las, eu acho o máximo coexistir com as pessoas, somos todos de um mesmo período da história e isso me basta para fazer novas amizades.
Por fim, a plataforma 11 estava vazia e eu me aproximei de um despachante e perguntei:
- que horas vai sair o ônibus das 18h para São Paulo? Já são 18h30.
- O quê?!? Você não me ouviu chamando? Eu cansei de gritar as informações da partida!
- Até ouvi, mas era o meu? E agora?(risos). Sim, eu ria, era engraçado.
- Ela também perdeu. Falei apontando para a minha nova amiga.
-Vocês duas perderam?!?
-Sim!! (mais risos), era engraçado, até ele ria.
Ao que a minha nova amiga respondeu:
- Como a gente ia saber que era aquele de outra companhia?
E eu perguntei:
- E agora?! Eu tenho que estar em casa antes do natal!!! (era uma cômica situação)
Então o despachante disse:
- Venham cá, vocês podem embarcar nesse, vou remanejar vocês.
Eu duvidei da velocidade da resolução do problema, estávamos na plataforma 10 na frente de um ônibus (até então, um ônibus qualquer)
Dito e feito. O tal ônibus estava praticamente vazio nos esperando, saímos em 10 minutos. Era um ônibus da mesma companhia que tinha feito uma parada para desembarque e seguiria para São Paulo...
A vida é assim, o que tem que ser é ou será. A viagem foi ótima.
Eu fico pensando, de que adianta tentar controlar tudo? Têm coisas do tamanho de um ônibus na nossa cara, um som que entra rasgando os ouvidos e a gente simplesmente não ouve e não vê. Enquanto outras coisas que a gente não vê mesmo, estão ali, a nossa espera, prontos pra caminhar conosco.
Pra que tentar controlar tudo? Vamos rir que tudo se resolve. Feliz Natal!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eu vou até o sim

Vou ficar aqui para além do fim Depois que a vida me negar, a morte dará seu sim Depois do não sempre vem outro sim Na vida o tempo do sim é curto o tempo do não, sem fim. Depois do não da vida sempre virá outro sim Outrossim já que vim Eu vou até o sim. - Madalena Daltro autora@globomail.com https://www.facebook.com/madalenadaltro

Estou pouco me importando...

Pouco importa "Analfabeta que sou Não diferencio poema de poesia Rima de metonímia Rolha de vinho da cortiça de Portugal Mesmo assim, me chama a elegante e fina caneta e papel Transparente e firme Chama a caneta Com essa voz de canto de chuva ao cair no chão molhado, frio e lindo Que notas são? Em vão as notas, vão-se as notas... A voz feminina da caneta convida para uma festa Caneta fina, elegante, de voz firme, confiante O sangue marca o convite A marca da caneta pouco importa, se importa ou falsifica Ah! O convite, o vinho... Foi-se a rolha sem gosto, mais uma rolha, e outra, mais uma taça e outra... Com o gosto da rolha... Da rolha que partiu Se a rolha é da cortiça portuguesa, pouco importa se o vinho é do pobre ou da burguesa. Que tenha gosto de rolha! Se a rolha é da cortiça portuguesa, pouco importa a caneta, se de sangue tinto ou de tinta fresca."