Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2013

Estou pouco me importando...

Pouco importa "Analfabeta que sou Não diferencio poema de poesia Rima de metonímia Rolha de vinho da cortiça de Portugal Mesmo assim, me chama a elegante e fina caneta e papel Transparente e firme Chama a caneta Com essa voz de canto de chuva ao cair no chão molhado, frio e lindo Que notas são? Em vão as notas, vão-se as notas... A voz feminina da caneta convida para uma festa Caneta fina, elegante, de voz firme, confiante O sangue marca o convite A marca da caneta pouco importa, se importa ou falsifica Ah! O convite, o vinho... Foi-se a rolha sem gosto, mais uma rolha, e outra, mais uma taça e outra... Com o gosto da rolha... Da rolha que partiu Se a rolha é da cortiça portuguesa, pouco importa se o vinho é do pobre ou da burguesa. Que tenha gosto de rolha! Se a rolha é da cortiça portuguesa, pouco importa a caneta, se de sangue tinto ou de tinta fresca."

Sobre a felicidade

"Na ânsia de se isentarem de suas responsabilidades sociais, alguns indivíduos afirmam categoricamente que a felicidade depende só de mim, depois, acusam-me de individualista. Quando sorrio enquanto o outro morre de fome, sou egoísta e insensível. A hipocrisia nunca doou sorriso nem ao menos ninharia. Eu tenho a consciência tranquila quanto a isso. A felicidade depende de mim, do outro, dos fenômenos da natureza e de alguns outros adereços. Tudo mais é alegria, e eu sou alegre, porque decido se vou sucumbir ou superar." Madalena Daltro.

Sentimento de coisa

Sabe quando a gente é ex alguma coisa? A gente já se deslumbrou, investigou, se encantou, conviveu, absorveu essa coisa, que por fim, nem era grande coisa. Daí a gente vê no presente alguém se encantando e morrendo por essa coisa, então... Isso desperta um sentimento que eu não sei o nome. E a gente nem pode falar nada porque a pessoa está deslumbrada pela coisa em questão. E corre-se o risco da pessoa te olhar com ar de superioridade, porque o deslumbramento faz isso, e a gente se cala. O que é essa coisa? Essa coisa pode ser carro, moto, bairro, ideologia política, religião, gente... E a gente se cala em respeito a escolha da pessoa, mas fica com esse inominável sentimento. O sentimento de coisa. Que coisa!

Metáfora

Metáfora Gilberto Gil "Uma lata existe para conter algo Mas quando o poeta diz: "Lata" Pode estar querendo dizer o incontível Uma meta existe para ser um alvo Mas quando o poeta diz: "Meta" Pode estar querendo dizer o inatingível Por isso, não se meta a exigir do poeta Que determine o conteúdo em sua lata Na lata do poeta tudo nada cabe Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber O incabível Deixe a meta do poeta, não discuta Deixe a sua meta fora da disputa Meta dentro e fora, lata absoluta Deixe-a simplesmente metáfora"